quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quanto Cobrar? Valores para Trabalhos Publicitários

Boa tarde, moçada!

Costuma ser muito difícil para um publicitário iniciante determinar o quanto cobrar por seus trabalhos. Dessa forma, resolvi criar um método que considero ser justo e prático.

Como cada caso é um caso mas temos que ter um valor fixo, fiz alguns cálculos que explicam os valores que vou passar para vocês agora.

São muitas variáveis que devem ser levadas em conta. Separei as cinco que considero principais:

1) Tempo (o principal, que determina todos os outros);

2) Custo para a Empresa (todos os gastos ou perdas de ganhos da empresa com isso);

3) Importância de cada trabalho (quais serão mais utilizados);

4) Temporalidade (quanto tempo cada um será usado);

5) Importância do cliente (quais farão mais, quais farão menos e quais desses trarão uma visibilidade maior para as empresas - contratante e contratada);

Falarei de um por um:

1) Tempo

É determinado pelo grau de dificuldade de se conseguir as informações necessárias para se brifar e, posteriormente, realizar o trabalho. Mais difícil, mais demorado, portanto mais caro. Simples assim.

Podemos dividir em três grandes variáveis:

1 - Fácil: R$5,00

2 - Médio: R$7,50

3 - Difícil: R$12,00

2) Custo para a Empresa

Suponha que o funcionário ganhe R$600,00 por mês. Dessa forma, ele recebe cerca de R$3,40 por hora para realizar as suas funções. Como esse é um trabalho à parte, sugiro que esse valor seja dobrado: R$6,80. Além disso, ele utiliza, muitas vezes, o computador da firma, suas dependências, água, luz, etc. Dessa forma, acredito que o valor deva ser fixado em R$8,00.

Valor por hora: R$8,00 - (não se cobra hora quebrada. Após 10min, conta-se uma hora a mais)

3) Importância de cada trabalho:

Apesar de muitas vezes darem o mesmo trabalho, materiais com importância diferentes têm que ter valores diferentes. Não dá pra cobrar o mesmo por um spot de rádio, que será veiculado por 20 dias, e por um release, que é permanente, único (apesar de sofrer algumas alterações). Sugiro que fixemos os valores da seguinte forma:

Release: R$ 50,00

Spot Rádio: R$ 15,00

Comercial TV: R$ 35,00

Notícia Site: R$ 5,00

4) Temporalidade

Quanto menos tempo ela for utilizada, menos custará.

Release: R$ 20,00

Spot Rádio: R$ 5,00

Comercial TV: R$ 10,00

Notícia Site: 0

5) Importância do Cliente

Clientes com bom relacionamento com a empresa merecem valores mais em conta, para que fixem esses laços e realizem cada vez mais trabalhos conosco. É a velha lógica de mercado: fazer por pouco menos para fazer sempre mais. Seguem abaixo os percentuais de descontos:

Release: Grande importância: 30% Média Importância: 20% Pequena Importância: 10%

Spot Rádio: Grande importância: 20% Média Importância: 10% Pequena Importância: 0

Comercial TV: Grande importância: 30% Média Importância: 15% Pequena Importância: 5%

Notícia Site: Grande importância: 25% Média Importância: 10% Pequena Importância: 0

_________________________________________________________________

Exemplos:

1 - Release: Fácil Release de Banda que despenderá duas horas de Tempo de trabalho pelo Colaborador (banda Importante):

(seguindo a numeração) R$5,00 + R$16,00 + R$50,00 + R$20,00 = R$91,00 - 30% = R$63,70

2 - Spot: dificuldade média, para empresa de pequena importância, que gastará uma hora de trabalho do colaborador:

(seguindo a numeração) R$7,50 + R$8,00 + R$ 15,00 + R$5,00 = R$35,50 (sem desconto)

3 - Comercial de TV: difícil, para empresa importante, que gastará quatro horas de trabalho do colaborador:

(seguindo a numeração) R$12,00 + R$32,00 + R$35,00 + R$10,00 = R$89,00 - 30% = R$62,30

4 - Notícia Site: dificuldade média, para empresa de média importância, que gastará 40 minutos pelo colaborador:

(seguindo a numeração) R$7,50 + R$8,00 + R$5,00 + R$0 = R$20,50 - 10% = R$18,45

______________________________________________________________

Vale lembrar que esses custos não são de produção, mas sim de roteirização. É o preço que se paga para ter os textos de locuções em off, diálogos e demais situações das cenas - no caso das notícias, não inclui fotos.

Espero que tenham gostado e peço desculpas pela quantidade de informações. Quis ser o mais didático possível para que fosse implementado um padrão único, válido para todas as demandas.


Jhonatas Franco

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Quem será o novo técnico da Seleção?!


Será que eu sou o único brasileiro que não queria o Felipão na Seleção Brasileira, pelo menos nesse momento? Afinal, foram duas boas passagens, por Brasil e Portugal - excluindo-se sua carreira "nacional" anterior -, e duas bem frustrantes - pelo Chelsea e o indecifrável time uzbeque. Vale lembrar que as frustrantes foram as últimas.

Claro que não quero dizer, com isso, que o bigode não tem cacife pra assumir a amarelinha. Pelo contrário, acredito que ele seja muitíssimo competente. Só não acredito que esse seja o momento. Nem agora, nem até 2014. A partir daí é que se vê.

Quanto ao Muricy, os números falam por si. Essa é uma frase que eu odeio, ainda mais depois do Felipe Melo ter dito recentemente, mas no caso do Muriçoca não tem contestação. O problema é o alto salário, que, se o Ricardo Teixeira pagar vai acabar ficando pobrinho, coitado. Ranzinza que é, Muricy não assume, mas quer a canarinho. Seria uma boa.

O melhor mesmo, porém, é o Mano. Pelo menos nesse momento. Ele sabe trabalhar com pais e filhos - Dentão e Dentinho -, com gordos e magros, altos e baixos, machos e... enfim.

A verdade é que Mano Menezes tem um currículo interessante. É cordial e, ao mesmo tempo, firme. Consegue mesclar jovens e experientes, não tem histórico de problemas com jogadores e, principalmente, não tem o ego maior que a competência. Além disso, recebe pouco - o que é uma heresia de se dizer em se tratando de seis bons dígitos mensais.

Que venha o "Mano" e que eu ache as "Mina"!


quinta-feira, 24 de junho de 2010

A Copa do Mundo Publicitário

“Elano escreveu os nomes das duas filhas, Maria Teresa e Maria Clara, nas caneleiras que usava no jogo. Em pouco tempo, elas serão algo do tipo: ‘Maria Teresa e Maria Clara, Impossible is Nothing” ou ‘Maria Teresa e Maria Clara, Just Do It’”



Estamos no transcorrer da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Apesar de ainda termos muitos jogos por ver, já é possível dizer que ela será lembrada pelos vexames de seleções tradicionais, pelo fracasso dos times africanos, pela “falência” dos apostadores de bolões e por motivos que ainda veremos no decorrer da competição. Em suma, nunca tivemos uma Copa tão inusitada.

Esta será, também, a Copa da Jabulani “sobrenatural”, das vestimentas dos técnicos em voga, das loiras do comercial – não autorizado – de cerveja, do Elano homenageando as filhas via caneleiras e de outros fatores que ainda não presenciamos. Resumindo: nunca tivemos uma Copa tão midiática.

Vivemos em uma Era Midiática – sim, com “E” e “M” maiúsculos. Tão midiática que se torna impossível discernir o que é mídia, ou mídia em potencial, e o que não é. É tarefa inglória separar o que é dito espontaneamente do que é estrategicamente declarado em benefício dessa ou daquela empresa. É complicado distinguir o que é vivido do que é comprado.

Destrinchando o segundo parágrafo, entendemos o terceiro com tranquilidade.

A bola utilizada na Copa tem sido contestada por boa parte dos atletas, com alguns poucos – os patrocinados pela mesma empresa da Jabulani, frise-se – elogiando-a. Engana-se, porém, quem pensa que tal repulsa tem freado as vendas da redonda. Elas são um sucesso e, espera-se, serão as mais comercializadas da história das Copas, seguindo o velho clichê do “falem mal, mas falem de mim”. Marketing estranho, mas eficiente.

Quanto aos treinadores, mais um espetáculo marketeiro, e Dunga é um exemplo claro: contestado tanto nas escolhas técnicas quanto nas vestuais, o técnico resolveu inovar na estreia da competição usando um elegante sobretudo Alexandre Herchcovitch. Essa informação é importante para o decorrer da Copa? Não, claro. Escreva no Google, porém, o nome do estilista seguido de “Dunga” e veja quantas matérias foram feitas a respeito do “fato”. E o terno do Maradona, de onde é? Quem é o estilista? Não sei, mas se eu fosse o Herchcovitch, não perdia tempo e mandava uma dezena deles para o hermano.

Bavaria, que eu saiba, é uma cerveja brasileira. Por dar nome a uma região alemã e eles serem notáveis conhecedores da bebida, talvez tenha uma por lá, também. Depois da Copa do Mundo de 2010, descobri – graças às formosas “loirinhas de laranja” – que essa marca existe na Holanda. E daí se as garotas foram presas? Aliás, que bom que foram!, devem ter dito os criadores da ação. Marketing inovador e eficiente, apesar de não muito ético, já que outra marca é a patrocinadora oficial. Qual é ela? Não importa.

Com a proibição de mensagens nas camisas usadas por baixo dos uniformes dos jogadores, o meia Elano resolveu inovar na comemoração, escrevendo os nomes das duas filhas, Maria Teresa e Maria Clara, na parte posterior das caneleiras que usava no jogo. Aguardem e verão que, em pouco tempo, elas serão algo do tipo: “Maria Teresa e Maria Clara, Impossible is Nothing*” ou “Maria Teresa e Maria Clara, Just Do It**”. O tempo dirá se tenho razão.

Espontâneas ou planejadas, o fato é que somos bombardeados por ações publicitárias diariamente, em quase todos os momentos. A midiatização de eventos sociais, culturais, esportivos, dentre outros, é uma realidade e não há como negar. É possível transformar os objetos e situações mais inusitados em fontes de absorção de ideias por parte de nossos clientes, e a Copa do Mundo está aí para provar isso. Se você é publicitário, aproveite. Se não é, se contente.

O mundo é midiático, só não vê quem não quer. Ou melhor: vê até quem não quer.



* - “Impossible is Nothing” / “Nada é Impossível”, em tradução livre – Slogan da marca esportiva Adidas
** - “Just Do It” / “Só faça isso”, também em tradução livre – Slogan da marca esportiva Nike


Por Jhonatas Franco

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Amor de Copa

Paulo é médico. Rosa, jornalista. Paulo é divorciado arrependido. Rosa, solteira convicta. O encontro casual aconteceu no lobby principal do melhor hotel da África do Sul, às vésperas do início da Copa do Mundo de dois mil e dez. Trocaram olhares, desejos, expectativas; antes mesmo da primeira conversa, todas as diferenças entre ambos se esvaíram graças àquele contundente contato visual. Começava ali um amor de Copa do Mundo.

Paulo é brasileiro. Rosa, argentina. Graças ao fluente portunhol dele, os drinques e “esticadinhas” de um ao quarto do outro fluíram tão naturalmente quanto a campanha das duas equipes na primeira fase do torneio. Ambos classificados, ambos apaixonados. Enquanto as seleções se atracavam em enormes relvados buscando prazer futuro, os dois se atracavam em suítes diminutas almejando prazer momentâneo.

O futebol argentino era vistoso. O brasileiro, eficiente. Fase a fase, a discussão entre o casal deixou de ser norteada por vinhos, viagens e sexo, passando a ser futebol. Só futebol. E como discutiram! A hermana loira de olhos bem azuis falava com a propriedade de uma fã dedicada. O médico pálido e cabeludo tentava argumentar, mas gostava mais do que entendia.

- Esse Brasil é burocrático, sem brilho! – Ela dizia – Seria uma injustiça se ganhasse da Argentina na final, algo como a Alemanha ter vencido a Holanda em setenta e quatro. Vai dizer que não?

- Bom... o Brasil é melhor! – Ele esquivava-se, leigo.

O conflito histórico do futebol chegava – quase unilateralmente – ao quarto do hotel.

Surpreendendo prognósticos de leigos e entendidos, consolidou-se o primeiro Brasil e Argentina na final da Copa do Mundo. Rosa estava completamente apaixonada. Paulo, praticamente. Ele considerava abolir a ideia de conversar com ela sobre futebol, mas a hermana não cedia. Não era discussão esportiva, era ideológica. Quase religiosa.

Chegaram ao estádio com duas horas de antecedência. Duas horas antes da chegada, já discutiam sobre o jogo que estava por vir. A irritação de Paulo era inversamente proporcional à disposição de Rosa em mudar de assunto. Enfurecido, Paulo se levantou e deixou o estádio ainda no intervalo do jogo, prometendo nunca mais se verem. Ela ficou. Atônita, magoada, ferida.

Paulo agora é um divorciado convicto. Ela, uma solteira arrependida. E ele nem ficou para ver o gol de letra do Neymar aos quarenta do segundo tempo...

Jhonatas Silva Franco

quarta-feira, 31 de março de 2010

De volta (?!)

O Sr. Banalizando anda se programando para um volta triunfal! em breve...

Quem viver, verá (ou não!)!