quarta-feira, 23 de abril de 2008

Mais um comentando sobre o Caso Isabella...

Já que todo mundo se sente no poder-dever de escrever sobre esse caso, darei minha participação. Essas linhas foram feitas em uma aula de sociologia, em 25 minutos; não esperem um grande texto. Prometo fazer um melhor assim que as investigações (sempre elas!) concluírem alguma coisa. Enquanto isso, contentem-se (eu me contento):


O SADISMO MIDIÁTICO


No dia 29 de março, poucas horas após um divertido passeio com o pai e a madrasta pelo supermercado, a pequena Isabella Nardoni, 5 anos, morreu de forma brutal: segundo as investigações da polícia, foi espancada, asfixiada e jogada do sexto andar de um prédio, em são Paulo; pai e madrasta são os principais suspeitos.

O caso, por si só, já seria digno de grande comoção nacional. Mas, com o bombardeio midiático, tornou-se massante e sensacionalista.

Vários são os motivos para esse exagero. Dentre estes, há o famigerado enfoque ao padrão europeu, ariano, classista: a garotinha branca, loira, linda e rica tem maior peso na imprensa; tivesse acontecido com uma mestiça, negra, ou mesmo uma branca pobre, o caso certamente não teria a mesma repercussão. Outro fato digno de ressalva é que, no que tange o imaginário popular, essa “novela mexicana” é muto forte, dramática, e, por conseguinte, rentável para a mídia.

O brasileiro, já acostumado a tragédias, acompanha o caso resignado, impotente. Não percebe, porém, que nesse ínterim o dólar aumentou, a dengue matou centenas no país, o prefeito foi preso, foi solto... No Brasil é assim: mais vale a tragédia midiática alienante do que a doce tragédia diária vivida por todos nós.





Completamente sem tempo para novas postagens, infelizmente.

Tentando conciliar trabalho (07:30 às 17:30), estudo (18:50 às 22:30) e estudo autônomo pra concursos (quando dá...).

Mesmo assim, assim que puder mandarei novos textos.

Agradeço a compreensão.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A certeza da dúvida (na falta de um título mais criativo...)

Segue abaixo um post meu em uma comunidade do Orkut (PGM - Profiles de Gente Morta), a respeito de um rapaz que, voltando de carro para casa, alcoolizado, se envolveu em um acidente; o condutor do outro carro morreu.
Muito se discutiu acerca do eventual dolo (culpa, leigamente falando) do motorista alcoolizado. Esse post gerou centenas de comentários -- a maioria contrários à minha posição; alguns, até, muito inflamados.

(espero que o leitor consiga se situar no contexto)

****************************************

Sinceramente, não concordo...

Não é um assassino... não teve a intenção de matar.

Está errado?! CLARO!!! ERRADÍSSIMO!!!

Como todos nós, que ERRAMOS TODOS OS DIAS, O TEMPO TODO!!!

Só que o erro dele teve consequências muito mais graves que o nosso.

Estou sendo conivente?! Claro que não!!! Evasivo?! Não, também..

Só estou vendo o fato como REALMENTE ele ocorreu!!!

Esse é o Brasil?!?!?!!?!?!?!

Sim, esse É O BRASIL!!! Onde a hipocrisia rola solta!!!

O mesmo pessoal que vem aqui pedir "Cadeira Elétrica" pros condutores embriagados, pega carona com outros tão embriagados quanto! Isso quando não são os próprios "bons samaritanos" que estão bêbados ao volante...

Só falta dizer que "comigo isso não acontece, porque eu bebo, mas sou consciente!!!"

Sinceramente?!

Sinceramente?!

Guarde seu moralismo pra outro! E se a mãe do garoto vem aqui e vê isso?! O que ela vai pensar?!

Que ele cometeu um gravíssimo erro?! ELA JÁ SABE DISSO!!!

"Tá dizendo isso porque quem morreu não foi seu pai, por exemplo..."

É verdade! Tô dizendo porque não foi meu pai... se fosse ele, eu teria vontade de matar o caboclo... mas, analisando friamente -- se é que é possível -- você perceberá que o rapaz envolvido não foi nenhum "assassino"!

Mesmo porque, como envolvia a vida dele também, ele seria um "pseudo-assassino-inconsequente-suicida"?!?!?!?!


Santa hipocrisia!!!

E que atirem a primeira pedra... apesar de não ter a intenção de criar nenhuma polêmica, já estou esperando!!!

****************************************

Chegaram a me chamar de assassino em potencial! Mas esta história não é o foco do texto. Leia a seguir:

Discordou? Tudo bem... por muitas vezes, também discordei.
O errado está em, presos a falsos moralismos e adeptos a clichês e frases feitas, muitos simplesmente discordarem por discordar, concordarem por concordar. Se for assim, fiquem neutros, só por ficar. É mais digno.

Isso não serve para esse assunto, simplesmente. Serve para todos! Sem exceção. O melhor que podemos ter são nossas dúvidas e indecisões. São elas que, posteriormente, nos levarão a opiniões formadas, abalizadas, críticas.
Não digo que o caro leitor deva viver de "não sei" e "será?", mas que se sustente deles, para depois descobrir o "é verdade PORQUE..." ou o "é mentira PELO FATO DE...", sem que o prolongamento dessas frases seja uma completa besteira, sem base, sem fundamento.

Pensem nisso, só por pensar.