Estará em votação nas próximas semanas um projeto de lei que decidirá se grávidas de bebês anencéfalos têm, ou não, o direito de praticarem o aborto. Esta questão, muito em voga ultimamente, deve ser tratada de forma pragmática, empírica, livre de superstições ou dogmas religiosos. É deprimente saber que nem todos pensam assim.
Imaginemos uma mulher passeando na rua, grávida de seis, ou sete meses. É perfeitamente aceitável quer encontre pelo caminho um velho amigo, que ela não via há alguns anos e que desconhecia de sua gravidez. Perguntas a respeito da gravidez, do filho que "está por vir" e/ou sobre a "doença" seriam elementares, e o constrangimento estaria formado. É visando essas e outras hipotéticas situações, e para garantir o bem estar físico e mental da mãe que esta lei atuaria.
O problema já começa na temática do debate, quando se diz que, com a sanção, a Justiça poderá decidir quando começa e quando termina uma vida. Ora, anencéfalos não têm e nunca terão uma vida! não falam, não ouvem, não comem, não bebem, não andam, não choram nem sorriem. Não pensam, não sentem. A gravidez, momento mágico, divino, torna-se para a mãe um perjúrio, um sacrifício, uma batalha em que a única certeza é a de que a derrota está por vir, e que será célere.
Esta lei trará dignidade, humanidade e possibilidade de a mãe se reestabilizar com mais rapidez e eficiência. É uma lei pela vida, e não pela morte.
08/09/2008
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